Antropologia das mobilidades


Antropologia das mobilidades
Organização: Candice Vidal e Souza, André Dumans Guedes
Ano de lançamento: 2021
Páginas: 523
ISBN: 978-65-87289-16-8
DOI: 10.48006/978-65-87289-16-8

Resumo: Esse livro coloca em circulação trabalhos que abrem caminhos de pesquisa e debate ao enfocar precisamente o fazer caminhos: os modos de andar e parar, de fazer-se presente ou ausente, as maneiras de alinhar feixes de deslocamentos ou desalinhá-los, as narrativas que buscam sua matéria em andanças, atraindo por sua vez os passos de públicos ávidos por saber notícias dos mundos. Transitando sem se deixar prender pelos limites sub- disciplinares ou geográfico-culturais, o livro traz relatos etnográficos de periferias urbanas, quilombos, terras indíge- nas, estradas amazônicas, indígenas em cidades, fronteiras caribenhas, camponeses andinos e agrestinos, cidades paradas, romarias, terreiros maranhenses, e por aí afora. Ficamos então sabendo: pessoas (e outros seres) estão andando pelos mundos, escapando às imobilizações. Estão indo e voltando, acelerando ou desacelerando, a pé, de moto, ônibus, carro, barco, bicicle- ta, juntas ou sozinhas. Nisso, observam e buscam entender os deslocamentos próprios e os de outros. E nisso, também, se fazem (e se desfazem) como pessoas, turmas, famílias de sangue ou de santo, comunidades, bairros. Indivíduos e coletivos criam lugares ao delimitar seus pontos próprios de chegada, de saída, de retorno, de parada, de fuga, de permanência, de medo, de sossego ou desassossego, de festa e de memória, lugares de onde se some e onde se reaparece depois de pouco ou muito tempo, ocasionando riso, choro, vergonha, orgulho e muito mais. E quem pesquisa, transita também: andando junto de seus inter- locutores, para nisso ajustar, por algum tempo, os seus tempos, consorciar narrativas, cruzar caminhos.

John Comerford
PPGAS/Museu Nacional/UFRJ

Índice:
Introdução
André Dumans Guedes, Candice Vidal e Souza
“Sair no mundo, contar os fatos”: notas sobre ‘andar’ e conhecer entre coletivos sateré-mawé em cidades amazônicas
José Agnello Alves Dias de Andrade
Viagens de constituição e (des) constituição: o corpo da pessoa tukano no baixo Uaupés (noroeste amazônico)
Raphael Rodrigues
Pedra que não anda dá lodo: reflexões sobre a luta e os movimentos quilombolas no Norte de Minas Gerais
Pedro Henrique Mourthé de Araújo Costa
Viagem da Volta: movimento e identidade quilombola entre Paraná e Minas Gerais
Dandara Damas
Narrativas e transformações das andanças no trecho
André Dumans Guedes
Etnografando estradas e caminhos da “conquista”: sobre a presença colonial e a gramática bolsonarista na Amazônia
Telma de Sousa Bemerguy
Mobilidade em caminhos instáveis; as andanças de Madame Modlin
Felipe Evangelista
Os sentidos e a importância do movimento entre os andamarquinos
Indira Viana Caballero
Andar e viver tranquilo: movimento e estabilidade no litoral piauiense
Francisco Raphael Cruz Maurício
Caminhos Cruzados: experiências de trabalho e circulação entre famílias rurais no Agreste de Pernambuco
Berlano Andrade
“Quadrados burros”, “espinhas de peixe” e outros caminhos no meio rural amazônico
Manuela Souza Siqueira Cordeiro
“A semente plantada brotou, somos todos Irmã Dorothy”. Migrações, conflitos de terra e mobilizações por direitos coletivos em Anapu (PA)
Edimilson Rodrigues de Souza
Formas de movimento, casas e corpos no Terecô em Codó (Maranhão)
Martina Ahlert
Movimentos semânticos e pragmáticos de uma comunidade
Gabriela de Paula Marcurio
“Minha história dá um livro”: família, casa e territorialidades nas mobilidades de mutirantes em São Paulo
Carlos Filadelfo
Periferias “móveis”: seguindo experiências de realizadores (áudio)visuais nas margens da metrópole
Guilhermo Aderaldo
Habitar e mover-se no deserto que se torna cidade
Candice Vidal e Souza
Sobre as autoras e os autores